Feliz panetone!!!Todos com o rabo preso.Falta prender o resto.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Como vão,concidadãos?( da praça internética )
O ano de 2009 chega ao fim e eu finalmente resolvi fazer um Blog.
Fiz uma coisa que acho extremamente perigosa,porém necessária.
Perigosa porque uma vez vi a virulência dos ataques contra J.R. Duran,em virtude de uma crônica que ele escreveu,sobre a decência e a cidadania há alguns anos.
Necessária por que tenho coisas a dizer,que quero crer, serão úteis no porvir.
Este não é um ano que eu queira recordar,sinceramente,mas tudo é importante na vida.
Achavam Michael Jackson estranho...achei o mundo estranho sem Michael Jackson...no entanto,coisas positivas nascem das dificuldades,como a flor do lodo.
Sinto dentro de mim um chamado,chame de consciencia,chame de vaidade,chame do que quiser...eu já espero a virulência e antes que alguém me critique pela ausência de circunflexos e interrogações,já aviso que meu computador também foi vítima da virulência,desta vez eletrônica.
Como se pode ver,a virulência se espalha em três modalidades,a real,que se dá por contaminação,a metafórica,que se dá através da maledicência e da fofoca e a virtual,que acontece,por motivos econômicos e perversos.
Mas se você considera ambos sinônimos,então está resumido.
Li em algum lugar que a gripe A1 é uma arma biológica,com propósitos mercantilistas.
Não é preciso nem ler e nem ver "O jardineiro fiel" para ver que eles não tem mais vergonha de nada,nem de destruir o planeta para aumentar a produção.
Ontem eu conversava com uma moça e acho que ela ficou chateada comigo porque na pós- graduação de Marketing,convenceram-na de que ela é um produto.
Não me convenceram ainda.
"O artesão não é a arte" , disse eu,mas o convencimento é massificado...já vi um jogador dizendo uma vez:" eu sou apenas um produto"...
Quem é o doido que convenceu tantas pessoas que elas só contam se estão na midia,caso contrário não existem?
Bom...por falar em manipulação de informações aqui vão as mais recentes informações sobre a Conferência COP 15,sobre o clima e meio-ambiente.
Hoje a Chefe do COP,a conferência sobre o clima,em Copenhague,abdicou da presidência em favor de outra pessoa.
Segundo a BBC Brasil," Connie Hedegaar,que vinha sendo acusada por representantes de países em desenvolvimento,de querer beneficiar os países ricos nas negociações,será substituida pelo primeiro ministro da Dinamarca,Lars Lokke Rasmussen.
As razões da renúncia ainda não estão claras.
Hedegaar disse que seria mais apropriado que a conferência fosse presidida pelo primeiro ministro tendo em vista a presença de tantos chefes de estado nos estágios decisivos do evento,marcado para terminar na sexta-feira.As negociações continuam marcadas por divisões e os protestos nas ruas de Copenhague parecem ter ganhado força nesta reta final da COP 15.
Manifestantes protestam contra o pouco progresso nas negociações por um acordo."
Em Brasília,manifestantes invadiram a Camara Legislativa do DF,( de novo )após o anúncio de que os deputados pretendem entrar de férias sem votar os pedidos de "impeachment" do Governador Arruda.
O que une estes dois fatos?
Mais do que nunca,a força da mídia e da Internet,dissemina informações,reverbera efeitos que abalam as estruturas das causas,ou seja,o que quer que seja que você faça,é amplificado.
Não quero dizer com isso que os movimentos pelos direitos civís não tenham tido o mesmo efeito,após a recusa de Rosa Parks a ceder seu assento no ônibus a um homem branco.
O que me questiono é se todas as prisões de Martin Luther King Jr,não teriam sido abreviadadas em muitos dias,bem como a de outros militantes da resistência pacífica,se houvesse Internet e celular com câmera digital naqueles dias.
O exército Norte Americano teve que escoltar alunos negros para dentro de escolas e faculdades.
Governadores tiveram que ceder a pressão de todos os lados,inclusive a da presidência,uma vez que as TVs mostravam a greve dos ônibus e as caminhadas de desobediência civil.
Pouco depois,o conflito no Vietnam foi a primeira guerra televisionada.
A mídia,o quarto poder,mostrava força maior.
Pertence ao povo,na sua maior parte.
Isto ecoa até hoje.
Isto também é eco do matricial primeiro de maio.
Mas quanto tempo levava para que uma situação política de impasse,se definisse?
Assisti há uns dois anos uma palestra sobre a perda da privacidade nos dias atuais.
Uma moça que deixou seu cachorrinho fazer "totô" no piso de um trem de metrô,acabou dizendo impropérios para aqueles que protestaram e viajavam no mesmo trem.
Ela se recusou a limpar e achou feio reclamarem.
Em alguns dias,o predio da dona do cachorrinho foi cercado por milhares de pessoas,decretando,a meu ver,o fim da privacidade.
Antes de xingar alguém,veja se há celulares por perto.
Mas sempre há.
Michael Richards,o " Kramer",da série Seinfeld,que o diga.
Após fazer declarações racistas em uma apresentação de " stand up comedy" suas tiradas,acabaram na rede e também acabaram com sua carreira artística.
Eu teorizo que ele estava encarnando uma personagem racista,e foi confundido com um e acabou confundindo a si mesmo.
Alguém morando na Califórnia e em NY,ambos liberais,ou seja,territórios do partido Democrata e no ambiente artístico,não pode ser assim tão tosco.
Só se for um KKK infiltrado.
Culturalmente,os políticos ainda não se deram conta de que as práticas corruptas,arraigadas no vocabulário,imaginário e abecedário de quem se locupleta com o poder,hoje tem uma " fissura em sua represa".
A micro-câmera.
Antigamente,o medo era do " bug" pré-Internet,instalado em telefones.
Quem cresceu no regime de " excessão",como eu cresci,justamente na capital da república,chegando um pouco após a revolução,sabe o que é a paranóia introjetada no modus vivendi de quem evita até a proximidade de tomadas de eletricidade e interruptores.
Dizíamos:" Podem estar ouvindo..." não que disséssemos nada demais,mas até o " bumbum" do Cebolinha foi censurado,a época,enquanto este se banhava no chuveiro.
Com a força das novas tecnologias digitais,os jornais televisivos exaustivamente exibiram, recentemente, cenas de depósitos em meias,cuecas e afins...onde foi que eu vi isto antes?
Deja vú...quem estreará a calcinha corrupta?
Bom,como não gosto de bater em cachorro caído,não serei específico quanto a nomes e julgamentos pois estes já estão encaminhados,graças a força da cidadania e da tecnologia.
Vou falar alto,por mim e por você,mas não quero parecer panfletário,pois agora seria "chover no molhado".
Não sei o que será pior,os políticos deixarem de ser corruptos pela perda da privacidade,sem aprender a ter consciência,ou nós não conseguirmos extirpar a cultura da corrupção,criada pela malandragem.
Esta é o desvio da atenção da sociedade,agora com novos métodos e atores do drible:
Os hackers,aqueles que driblam a atenção da sociedade virtual,aquela que nos representa aqui,na rede mundial dos computadores.
Mais importante do que desenvolvermos o combate a corrupção através da ação próativa da Polícia Federal e do Poder Judiciário,ainda é,o combate que pessoas como os mestres Darcy Ribeiro e Paulo Freire professaram em suas vidas.O combate a ignorância.Estas vidas foram dedicadas a matar este mal pela raiz.
A ignorância...
Somem-se a esta,a ignorância política e também a ignorância da falta de civilidade.
Através da educação se obtém o respeito ao próximo.
Os métodos de educação não podem ser apenas voltados para o mercantilismo e para a produção.
Se for assim,a escola continuará a servir apenas aos princípios da revolução industrial,treinando pessoas,uniformizadas ou não a apenas cumprir horários e manter a produção e o progresso,independente de qualquer impacto ambiental ou social.
Sorte nossa,o Mestre Chaplin ter nos chamado atenção para este problema em "Tempos modernos",criticando o capitalismo desenfreado,onde o indivíduo é um número na produção.Também em sua obra,não menos brilhante,"O grande ditador",um homem de bem discursa no parlatório do ditador,para toda a humanidade, sobre a necessidade de que as máquinas sirvam aos seres humanos.
Por isso estou aqui,humildemente,para usar a máquina e não ser usado por ela.
Estou aqui para contribuir no sentido de que não esqueçamos quem somos,nossa dignidade e para que prestemos menos atenção nas máquinas e mais nas pessoas.
As máquinas que nos sirvam bem e nós que as usemos para bons propósitos.
Tadeo Carvalho.